Colaborar para formar alunos sensíveis é prioritário e urgente

Por Bia Willcox
Quando se têm filhos as preocupações com o futuro são múltiplas.
Preocupa-se com a limpeza e segurança da creche, com a alimentação da criança, com a qualidade da escola e sua linha pedagógica, com as alergias, com o quanto a escola prepara para boas universidades, preocupa-se com a fluência no Inglês, com  o futebol, balé, violão, com certificados internacionais e até com o networking que os filhos farão onde estudarem.
Justas preocupações, não nego.
Mas será que hoje, num mundo ligado na tela de um celular e individualizado pela demanda que surge no mesmo, os pais se preocupam o quanto deveriam com a sensibilidade de seus filhos?
Falamos muito em empatia, mas para sermos cidadãos empáticos precisamos, antes de mais nada, ter sensibilidade.
A emoção, o choro e o excesso de sensibilidade e percepção da dor alheia foram por muito tempo vistos como um traço fragilizador e diminuidor da masculinidade, cortando pela raiz, ainda na infância, a possibilidade de termos homens sensíveis e empáticos.
Sabemos que isso caiu por terra. Ser sensível e delicado com o próximo jamais foi  ou será um fator que se contraponha à masculinidade. Sabemos também que o egoísmo e uma certa anestesia para com os problemas alheios hoje acomete homens e mulheres e que precisamos cuidar da criação de nossas crianças, sem diferença de gênero, para que sejam seres humanos conectados aos demais de forma sensível e amigável.
Apesar de muitos terem achado por muito tempo que ensinar a ser ético, honesto e empático era um dever da família, sabemos que a escola não deve se descuidar desse gigantesco aspecto da formação das crianças e adolescentes.
É papel dos educadores formais, aqueles com letra maiúscula, desenvolverem, entre outras coisas, a sensibilidade de seus alunos.
Como?
1- Fazendo-os ouvir o outro.
2- Pedindo-lhes ajuda no problema de um terceiro em sala ou na escola.
3- Apresentando-lhes situações de dor e sofrimento (na medida, sem exageros) para que eles exercitem a empatia e se tornem pessoas. Ais sensíveis.
4- Criando variações nas histórias contadas para que eles façam parte delas no lugar de algum personagem para que possam então sentir as emoções vividas originalmente por aquele.
5- Criando atividades de demonstração de carinho, consideração e, por que não? Afeto.
6- Promovendo ações de arrecadação para alguma campanha, como por exemplo de remédios ou agasalhos, mostrando o porquê delas e pra onde os itens arrecadados estão indo.
7- Fazendo-os ajudar os outros, sempre que possível, em casa e na escola.
8- Ouvindo música e lendo poesia.
9- Assistindo filme ou desenho junto com eles e mostrando que se emocionar é natural e saudável.
10- Coibindo atitudes egoístas, fazendo-os perceber e, aos poucos, mudar de postura.
Se falamos tanto em empatia como a salvação do mundo daqui pra frente, devemos preparar nossos pais e professores para tal, objetivando certas atividades e criando propósito em sala de aula para formar cidadãos mais sensíveis, empáticos, felizes e bem resolvidos.

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