Online só com interação

Bia Willcox

 

“I saw it coming”, uma expressão em Inglês que mostra que você previu que algo ia chegar ou acontecer. Pois bem, eu vi logo que a educação à distância veio para ficar.
Em tempos líquidos, tecnológicos e vidas virtuais não teria como não “respingar” para a Educação.
E que respingo bom pode ser esse!

A questão maior quando se fala em EAD (Ensino à Distância) é saber o que se espera desse ensino: que supra toda a sala de aula offline? Que aprofunde o que é dado lá? Que complemente? Que interaja com os espaços físicos da escola?

Perguntas quase existenciais que devem permanecer vivas dentro de qualquer educador ou instituição.

Dia desses vi um vídeo na página do Fórum Global (compartilho ele aqui no final deste artigo) que diz que num futuro breve robôs entregarão aulas para alunos que estarão numa escola online, mapeando conteúdos e apresentando explicações perfeitas. Em tese não falta mais nada para que a aula onoline seja um sucesso:
– uma boa conexão
– acesso à sala de aula pelo mobile
-plataformas atraentes com exercícios, avaliações e até reconhecimento de voz
– jogos de gramática e vocabulário
– robôs ao vivo
– controle de frequência e de aproveitamento pela plataforma

Pronto. Quem precisa de gente pra que essa escola funcione perfeitamente?

A resposta é: os alunos.

Os alunos precisam de gente ao vivo, mesmo que não em carne e osso. Precisam de professores que interajam, que saiam do script robótico, que contem piada, que façam menções a fatos e gostos pessoais, que chamem seus nomes e deem aquela chamada bem dada.

Não adianta criar um curso online, por melhor que ele seja, sem essa pegada. Ao vivo ou gravado ele deve fazer sentido pro aluno, engajando-o e, por que não, divertindo-o.

Eu vi chegar o ensino à distância e apostei minhas fichas nele, sim. Mas não acredito numa venda de aulas em escala, roboticamente planejadas. O aluno tem que ser chamado pelo nome na tela do computador, tem que correr pra ligar o computador na hora em que a aula ainda não começou para não se atrasar. Tem que se sentir parte de uma turma.

E isso só é possível com o ensino híbrido, ou blended learning. Não me venham com vídeos lindamente produzidos onde o professor fala para ninguém.
Professor tem que falar pra aluno, pra gente.
E isso é tão complexamente sensacional e exclusivo que nenhum robô até o presente momento conseguiu dominar completamente a linguagem e nem interagir socialmente. Coisas da genialidade humana.

Sigamos a aposta na educação à distância com a proximidade do professor de carne e osso.

 

Bia Willcox é advogada, empresária, diretora do Grupo Wowl Education, professora, jornalista, produtora de conteúdos, cronista. Autodidata. Empreendedora.

Fórum Global: vídeo

 

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